Evento astronômico: alinhamento planetário de 28 de fevereiro de 2025
A última semana de fevereiro vai presentear-nos com um espetáculo astronómico digno de admiração: o alinhamento planetário, no qual os sete planetas visíveis do nosso sistema solar se alinharão em arco sobre o horizonte após o pôr-do-sol. Um evento raro que nos permitirá ver Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno a olho nu, enquanto Urano e Neptuno estarão acessíveis com telescópios.
Um raro alinhamento planetário
Este fenómeno, que ocorrerá entre 22 e 28 de fevereiro, será uma das poucas oportunidades do ano para observar todos os planetas do sistema solar em simultâneo no céu da Terra. Para os observadores mais atentos, um céu limpo e um horizonte desobstruído serão essenciais para não perder a aparição das estrelas mais fracas, como Mercúrio e Saturno, que estarão muito baixas a oeste.
Vénus e Júpiter, dois dos planetas mais brilhantes, dominarão o cenário celeste, destacando-se nas constelações de Peixes e Touro, respetivamente. Marte, com o seu brilho avermelhado característico, será visível mais alto no céu, na constelação de Gémeos. Mercúrio, por sua vez, será o mais difícil de detetar, devido à sua proximidade com o Sol e à sua baixa elevação acima do horizonte.
É importante referir que o alinhamento é apenas uma perspetiva do nosso planeta; o alinhamento não ocorre simetricamente como muitas pessoas pensam.

Horários de observação do alinhamento em Espanha e no México
Para quem pretende observar este evento a partir de Espanha, a melhor altura para o observar será aproximadamente 45 minutos após o pôr do sol, por volta das 19h45 (hora da Península e Ilhas Baleares). É importante ter um horizonte claro a oeste para poder avistar Mercúrio e Saturno antes que desapareçam no horizonte.
No México, a visibilidade também terá início cerca de 45 minutos após o pôr do sol, o que varia consoante a localização no país. Na Cidade do México, por exemplo, a melhor hora para observação será por volta das 19h10 (hora local), enquanto no noroeste do país, como Tijuana, ocorrerá por volta das 18h20 (hora local). Tal como em Espanha, um horizonte desobstruído será fundamental para tirar o máximo partido da observação.
A importância da eclíptica
O desfile planetário seguirá a trajetória da eclíptica, a linha imaginária ao longo da qual os planetas se movem em torno do Sol. Esta linha passa pelas constelações e é também o caminho por onde ocorrem os eclipses. A inclinação mínima das órbitas planetárias em relação à da Terra permite que, em ocasiões especiais como esta, todos os planetas sejam visíveis praticamente na mesma região do céu noturno.
Urano e Neptuno: Os Gigantes Ocultos
Embora os cinco planetas clássicos sejam observáveis sem instrumentos, Urano e Neptuno necessitarão de telescópios para a sua deteção. Estes gigantes do gelo, localizados a 2,955 e 4,62 mil milhões de quilómetros da Terra, respetivamente, são demasiado ténues para serem vistos a olho nu. Urano, descoberto em 1781, e Neptuno em 1845, permaneceram ocultos da humanidade até à era moderna devido à sua distância e brilho reduzido.

A grande conjunção de 1 de Março
O evento astronómico culminará com uma bela conjunção no dia 1 de março, quando a Lua crescente estará posicionada entre Vénus e Mercúrio no horizonte ocidental. Este encontro celeste proporcionará uma visão espetacular, com a curva esbelta da Lua iluminada junto aos dois planetas mais interiores do sistema solar. Para aqueles que desejam observá-lo, o melhor momento será logo após o pôr do sol, olhando para oeste.

Alinhamento Planetário: Uma Visão para Recordar
Este desfile planetário recordará a grandeza do cosmos e a nossa ligação com as estrelas. Embora o inverno esteja a dar lugar à primavera e as noites estejam a ficar mais curtas, ainda podemos apreciar a dança celestial e a imensidão do universo do nosso cantinho na Terra. Aproveitemos todas as oportunidades para erguer o olhar para os céus e maravilharmo-nos com os segredos que o firmamento guarda.

